quarta-feira, 14 de julho de 2010

Como abraçar a tecnologia e o mundo moderno sem criar um consumidor?

Eu não tenho resposta para essa pergunta. Na verdade, só tenho preocupações a respeito. Sinto que há um conflito enorme entre McMeal e momentos de diversão em família, entre Nickelodeon e a necessidade de se manter o filho em casa nesse mundo acelerado e perigoso.

Todos os que me conhecem sabem o tanto que gosto de tecnologia e de diversas possibilidades do mundo moderno. Não quero e nem conseguirei criar um filho afastado disso. Nem me imagino alijar o Bernardo de tantas coisas que conheço e gosto. Faz parte da minha essência experimentar tecnologias, descobrir novas aplicações, pensar no que ainda não existe. Tenho uma gaveta cheia de projetos para a aposentadoria.

No entanto, quase todo o tempo me sinto vivendo numa Matrix, onde forças superiores controlam o que chegam às nossas mentes (ou cérebros, mas isso é tema para um futuro post :)) e aos nossos corpos. Os filmes que vemos anunciam produtos para nós e para nossos filhos. Eles, em especial, não conseguem distinguir o que é marketing do que é conteúdo e são bombardeados o tempo inteiro por anúncios em desenhos e jogos. Como encontrar o equilíbrio entre avanço e essência?

Falando em especial sobre jogos, hoje em dia está sendo criada uma nova categoria, os advert games, jogos online nos quais o advertisement é tão presente e bem feito que obtém resultados significativamente melhores do que nos tradicionais jogos offline em consoles, algo que eu mesmo aproveitei com o Telejogo e o Atari (acho que deveria ter omitido essa informação!!!) .

Voltarei a escrever em breve sobre este assunto e espero trocar ideias com amigos que também passam por estas angústias. Para finalizar, deixo algumas referências interessantes que obtive a respeito e um comentário otimista:

http://www.commercialexploitation.org/: site da CCFC (Campaign for a Commercial-Free Childhood), uma associação americana voltada a combater a exploração comercial indiscriminada dos nossos filhos

- Canal de vídeos do MrAntiestablishment no Youtube: contém diversos vídeos interessantes, incluindo o filme Commercial Kids dividido em 07 partes


Acredito sim que a tecnologia pode ser libertadora ao invés de alienante. Acho que devemos deixar de lado o papel alienado de consumidores e executores de tarefas e nos transformarmos em atores e produtores de conteúdo e tecnologia. Neste aspecto, uma câmera fotográfica ou filmadora pode ser sim um brinquedo interessante. Usar a internet para ampliar os conhecimentos pode não ser tão ruim quanto alguns acham e programar pequenos aplicativos ou jogos simples no computador pode ser uma tarefa intelectualmente desafiadora. O que não posso é achar que meu filho está se desenvolvendo ao gastar tempo no Nickelodeon ou no Orkut. Ele só está me dando horas de descanso às quais acho que não estou fazendo por merecer...

2 comentários:

  1. Oi Arnaldo,

    esse é realmente um assunto super polêmico, acho que um problema que os nossos pais não tinham ou tinham em escala bem menor. Te recomendo muito a ler esse livro:

    Sob Pressão - Criança Nenhuma Merece Superpais

    Fala nao so sobre aquestao de tecnologia, consumismo, mas na pressao que pais de hoje fazem para que os filhos se tornem "pequenos prodigios" e como isso prejudica a crianca.

    Um abraco,
    Daniela

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  2. Muito obrigado, Dani! Por sua indicação já compramos o livro e irei devorá-lo, com certeza!

    Um abração pra vocês quatro!

    Arnaldo

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